Fitoterápicos nas afecções ginecológicas: desafio para enfermeiros na Atenção Primária

Carolina Rodrigues da Silva Muniz, Drielli Duarte Franzin Medeiros, Gabrielle Graziel Almeida, Maria de Fátima Rocha Pinto, Valquiria Jorge Sepp, Ana Lúcia Torres Devezas Souza, Clarissa Ferreira Pontual de Oliveira, Mariana Emília da Silveira Bittencourt

Resumo


Este estudo trata da percepção de enfermeiros acerca de sua atuação na prescrição de fitoterápicos em tratamentos de afeções ginecológicas de baixo risco na Estratégia de Saúde da Família, cujo objetivo é identificar as evidências científicas da prática de enfermeiros sobre o uso de fitoterápicos em tratamentos ginecológicos de baixo risco na Atenção Primária à Saúde, descrever o entendimento de enfermeiros acerca do uso, relatar a percepção de enfermeiros acerca de seu papel nesse contexto, apontar dificuldades ou facilidades para realizar a prescrição. Realizada pesquisa bibliográfica exploratória, descritiva, com levantamento bibliográfico de artigos publicados entre 2010 a 2020 que evidenciassem a prática de enfermeiros no uso de fitoterápicos em tratamento ginecológico de baixo risco na Atenção Primária à Saúde. Foi feito busca sistematizada nas bases de dados: Lilacs, BEDENF e SCIELO.  Após análise emergiram três categorias de análise: Insuficiência de conhecimento acerca de fitoterápicos por profissionais de enfermagem; Dificuldades na implementação da prática; Baixa capacitação de profissionais na área. Conclui-se que apesar de as evidências cientificas sobre o assunto serem escassas, os enfermeiros se mostram favoráveis ao uso e demonstram interesse em se capacitarem, mesmo diante de todas as dificuldades encontradas.

Palavras chave: Atenção Primária à Saúde; Ginecologia; Fitoterapia; Enfermagem.


Texto completo:

PDF

Referências


ARAÚJO, A. K. L. et al. Dificuldades enfrentadas por enfermeiros na aplicabilidade da fitoterapia na atenção básica: uma revisão integrativa. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, Rio de Janeiro, v.7, n.3, p. 2826-2834, 2015.

ARAÚJO, E. C. A integralidade no cuidado pela enfermagem com a utilização da fitoterapia. Revista de Enfermagem UFPE online, Recife, v.9, n.9, 2015.

BARRETO, B.; VIEIRA, R. C. P. A. Percepção dos profissionais de saúde sobre a inserção da fitoterapia na atenção primária à saúde. Revista de Atenção Primária à Saúde, v.18, n.2, p. 191-198, 2015.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira.1. ed. Brasília: Anvisa, 2011, 126p.

BRASIL. Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 jun. 2006.

BRASIL. Gabinete do Ministro. Portaria nº 886, de 20 de abril de 2010. Institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União. Brasília, DF, 21 abr. 2010.

BRASIL. Gabinete do Ministro. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNBRASILPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 04 mai. 2006.

BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 56p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, v1, n. 28).

BRASIL. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2001, 40p. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios, n.25).

BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012, 156p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n. 31).

BRASIL. Resolução COFEN nº 197 de 1997. Estabelece e reconhece as Terapias Alternativas (Acupuntura, Iridologia, Fitoterapia, Reflexologia, Quiropraxia, Massoterapia, dentre outras) como especialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem. Brasília (DF), COFEN, 1997.

BRITO, F. M. et al. Fitoterapia na atenção básica: estudo com profissionais enfermeiros. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 9, n. 2, p. 480-487, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i2.480-487. Acesso em: 20 fev. 2020.

BRUNING, M. C. R.; MOSEGUI, G. B. G.; VIANNA, C. M. M. A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu - Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.17, n.10, p. 2675-2685, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232012001000017. Acesso em: 20 abr. 2020.

FIGUEIREDO, C. A.; GURGEL, I. G. D.; GURGEL JÚNIOR, G. D. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: construção, perspectivas e desafios. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 381-400, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-73312014000200004. Acesso em: 18 abr. 2020.

GEORGE, JULIA B. et al. Teorias de Enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2000. Disponível em: https://pt.slideshare.net/nayarakalline1/teorias-de-enfermagem-os-fundamentos-prtica-profissional-julia-b-george. Acesso em: 12 out. 2019.

GLÓRIA, M. Plantas medicinais, fitoterápicos e saúde pública: um diagnóstico situacional entre profissionais da área da saúde em anápolis, goiás. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, Goiás, v. 1, n. 2, p. 76-92, 2013. Disponível em: https://doi.org/https://doi.org/10.21664/2238-8869.2012v1i2.p76-92. Acesso em: 08 abr. 2020.

GOÉS, Ana Cristina Costa.; SILVA, Larissa Sonayra Leal da.; CASTRO, Nádille Juliane Costa de. Uso de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: saberes e atos na atenção primária à saúde. Revista de Atenção à Saúde, São Caetano do Sul, v. 17, n. 59, p. 53-61, 2019. Disponível em: https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/5785. Acesso em: 15 fev. 2020.

GONÇALVES, A. L. S. et al. Uso da fitoterapia na atenção básica: uma revisão da literatura. Anais CONGREPICS. Realize Editora, Campinas, 2017.

HABIMORAD, P. H. L. et al. Potencialidades e fragilidades de implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares. Ciência & Saúde Coletiva, [S.L.], v. 25, n. 2, p. 395-405, fev. 2020. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232020252.11332018. Acesso em: 19 fev 2020.

HEISLER, E. V. et al. Uso de plantas medicinais no cuidado à saúde: produção científica das teses e dissertações da enfermagem brasileira. Enfermería global, Murcia, v. 14, n. 3, p. 404-417, 2015. Disponível em: http://scielo.isciii.es/pdf/eg/v14n39/pt_revision5.pdf. Acesso em: 17 set. 2019.

ISCHKANIAN, P. C.; PELICIONI, M. C. F. Desafios das práticas integrativas e complementares no sus visando a promoção da saúde. Revista Brasileira de Crescimento Desenvolvimento Humano, São Paulo, v.12, n.1, p. 233-238, 2012. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v22n2/pt_16.pdf. Acesso em: 13 jun. 2020.

LIMA, K. M. S. V.; SILVA, K. L.; TESSER, C. D. Práticas integrativas e complementares e relação com promoção da saúde: experiência de um serviço municipal de saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 18, p. 261-272, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1807-57622013.0133. Acesso em: 10 jun. 2020.

MATTOS, G. et al. Plantas medicinais e fitoterápicos na Atenção Primária em Saúde: percepção dos profissionais. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v.23, n.11, p. 3735-3744, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-812320182311.23572016. Acesso em: 30 mar 2020.

NUNES, J. D; MACIEL, M. V. A importância da informação do profissional de enfermagem sobre o cuidado no uso das plantas medicinais: uma revisão de literatura. Revista Fitos, Rio de Janeiro, v.10, n.4, p. 375-547, 2016. Disponível em: https://revistafitos.far.fiocruz.br/index.php/revista-fitos/article/view/385/pdf. Acesso em: 13 mar. 2020.

OLIVEIRA, A. W. N. Plantas medicinais para fins ginecológicos: usos e concordância em uma comunidade quilombola. 19 f. TCC (Graduação) - Curso de Enfermagem, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira, Acarape, 2016. Disponível em:

http://repositorio.unilab.edu.br:8080/jspui/bitstream/123456789/568/1/Antonio%20Wendel%20Nogueira%20Oliveira.pdf. Acesso em: 25 out. 2019.

PAIVA, K. O. et al. Plantas medicinais utilizadas em transtornos do sistema geniturinário por mulheres ribeirinhas, Caravela, Bahia. Revista Fitos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 92-98, 2017. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/21124/2/kariny_oliveira_et_all.pdf. Acesso em: 22 jun. 2020.

PETRY, K.; ROMAN JUNIOR, W. A. Viabilidade de implantação de fitoterápicos e plantas medicinais no Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Três Passos/RS. Revista Brasileira Farmácia, Chapecó, v.93, n.1, p. 60-67, 2012. Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-1-11.pdf. Acesso em: 20 set. 2019.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico, 2ª Ed., Novo Hamburgo: Feevale, 2013, 277p. Disponível em: ://www.feevale.br/Comum/midias/8807f05a-14d0-4d5b-b1ad-1538f3aef538/E-book%20Metodologia%20do%20Trabalho%20Cientifico.pdf. Acesso em: 30 out 2019.

ROSA, C.; CÂMARA, S. G.; BÉRIA, J. U. Representações e intenção de uso da fitoterapia na atenção básica à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n.1, p. 311-318, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000100033. Acesso em: 19 maio 2020.

RUELA, L. O. et al. Implementação, acesso e uso das práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde: revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.24, n.11, p. 4239-4250, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-812320182411.06132018. Acesso em: 04 maio 2020.

SAMPAIO, L. A. et al. Percepção dos enfermeiros da estratégia saúde da família sobre o uso da fitoterapia. Revista Mineira de Enfermagem, v.17, n. 1, p. 76-84, 2013. Disponível em: https://cdn.publisher.gn1.link/reme.org.br/pdf/v17n1a07.pdf. Acesso em: 05 out. 2019.

SANTOS, V. P.; TRINDADE, L. M. P. A enfermagem no uso das plantas medicinais e da fitoterapia com ênfase em saúde pública. Revista Científica FaCMais, v. 3, n. 1, p. 16-34, 2017. Disponível em: http://revistacientifica.facmais.com.br/wp-content/uploads/2017/04/A-ENFERMAGEM-NO-USO-DAS-PLANTAS-MEDICINAIS-E-DA-FITOTERAPIA-COM-%C3%8ANFASE-NA-SA%C3%9ADE-P%C3%9ABLICA-1.pdf. Acesso em: 22 out 2019.

SCHVEITZER, M. C.; ZOBOLI, E. L. C. P. Papel das práticas complementares na compreensão dos profissionais da Atenção Básica: uma revisão sistemática. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 48, p.189-196, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0080-623420140000500026. Acesso em: 30 maio 2020.

SOUZA, A.D.Z. et al. O processo de trabalho dos enfermeiros da atenção primária e a Política Nacional de Plantas Medicinais/ Fitoterápicos. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas – SP, v. 18, n. 12, p. 480-487, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1983-084X/15_176. Acesso em: 24 out. 2019.

STARFIELD, B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. Brasília: UNESCO, Ministério da Saúde, 2002, 726p. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0253.pdf. Acesso em: 30 nov. 2019.

TEIXEIRA, E. H. M. et al. Saúde da mulher na perspectiva a assistência prestada pela enfermagem ginecológica: um relato de experiência. Caderno Espaço Feminino, Uberlândia, v. 26, n. 1, 2013. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/14959. Acesso em: 30 out. 2019.

VARELA, D. S. S.; AZEVEDO, D. M. Conhecimento e uso de plantas medicinais pelo enfermeiro na estratégia saúde da família. Revista de Atenção Primária a Saúde, Juiz de Fora, v. 17, n. 2, p. 150-157, 2014a. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/15291. Acesso em: 13 out. 2019.

VARELA, D. S. S.; AZEVEDO, D. M. Dificuldades de profissionais de saúde frente ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, v. 5, n.2, p. 3588-3600, 2013. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-24518. Acesso em: 29 jun. 2020.

VARELA, D. S. S.; AZEVEDO, D. M. Opinião de médicos e enfermeiros sobre o uso da fitoterapia e plantas medicinais na atenção básica. Revista de Atenção Primária a Saúde, v. 17, n.2, p. 204- 213, 2014b. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/15289. Acesso em: 29 jun. 2020.

ZENI, A. L. B. et al. Utilização de plantas medicinais como remédio caseiro na Atenção Primária em Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 22, n.8, p. 2703-2712, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232017228.18892015. Acesso em: 20 jul. 2020.




DOI: https://doi.org/10.18571/acbm.233

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2023 Acta Biomedica Brasiliensia

Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição - Compartilhar igual 4.0 Internacional.